Praga, na República Tcheca - a Pérola do Oriente



Confesso que quando eu pensava em visitar o leste europeu, eu queria mesmo era ir a Praga.
Conhecida como a pérola do oriente, a cidade dos cem domos, a Paris do leste europeu... Enfim, são tantos elogios para a capital da República Tcheca, que uma viajante, como eu, iria querer conhecer!
Franz Kafka, nascido na cidade, dizia: "Praga não deixa a gente ir embora, esta velha tem garras". Eu pensei que me derreteria de amores por ela, mas quando a conheci, entendi que os bairros cheios de atrativos (e de turistas), as ruas que parecem ter saído de filmes e aquele ar de moderno misturado ao antigo, mas, juro, fiquei um pouco decepcionada com a cidade, Mas muito feliz com a estrutura e respeito com os ciclistas.

Durante algum tempo a cidade foi pouco visitada, pois a Tchecoslováquia não era muito receptiva ao turismo. Hoje, hordas de gente de todas as etnias se misturam e se esbarram por todos os cantos.Grupos enormes de chineses (muito sem noção e sem educação) atravessam seu caminho tirando fotos como se as ruas lhes pertencessem. Um horror!

Sylvio, aquariano que é, sempre organiza as planilhas com roteiros bem legais e lista as principais atrações, fica mais fácil passear. Contudo, logo eu estrago o roteiro com as básicas “entradinhas” em todas as igrejas dos caminhos. Só não entro nas que cobram entrada. Afinal, é a casa de Deus e eu quero falar com ele sem pagar. hahahahahha.

 


Chegamos à Praga no fim da tarde. Deixamos tudo no hotel e fomos procurar o estacionamento que a recepcionista do hotel Bologna, que fica na Konviktská 263/5, Staré Město,  nos indicou como sendo o mais barato. 
O trânsito é meio estranho e o nosso mapa off line (Here), serviu maravilhosamente bem, mas nos meteu em furada por falta de atualização. Nos metemos em uma rua que por menos de 200m era contramão e o aplicativo não mostrou. A polícia de lá se materializa na sua frente, incrível! Com um segundo de contramão, lá estava o enorme policial nos mandando parar. Que susto!  Levamos uma multa de CZK 500, algo em torno de 20 euros. Menos mal.






Depois do susto e algumas voltas, encontramos o danado do estacionamento Narodni, localizado na rua Strovni – muito próximo ao teatro nacional (Národni Divadlo). Do nosso hotel eram apenas dois quarteirões.
Se você estiver de carro, atenção para estas dicas:
O centro de Praga é dividido em 3 zonas de estacionamento (FAIXAS PINTADAS NO CHÃO):
- Zona laranja: corresponde a estacionamentos de pouca duração (40 Czk/1 hora).
- Zona verde: estacionamento com limite de 6 horas (30 Czk/hora)
- Zona azul: para estacionamento de longa duração. Reservada para os habitantes de Praga 1 e empresas cujas sedes estão localizadas no distrito. Somente os carros portadores de um cartão de estacionamento estão autorizados a estacionar nesta zona.

Jantamos no divertido restaurante (Restaurace, em Tcheco) Novosmestky Pivovar. Uma cervejaria artesanal que existe desde o início do século XX. A comida é bem legal e a cerveja deliciosa. Cuidado, eles não param de colocar as canecas na sua frente. E oferecem ainda, a Becherovka. Um aguardente licoroso e delicioso. Tomei o de mel e o de ervas. O de mel desce que nem se sente... é melhor não abusar.
Os pratos na RT são bem variados. Eles comem todos os tipos de carnes e um dos tradicionais acompanhamentos se chama Knedlík. Eu comi a versão salgada. Pode ser feito com batata ou pão. Eu gostei muito. A tradução para o nome deste pãozinho é "dumpling". O jantar com dois pratos enormes, uma salada (com pepino e pimentão, kkk), quatro canecas de cerveja e três becherovkas, custou CZK 980. (cerca de 40 euros).








Praga é cortada pelo rio Vltava, e as três principais regiões turísticas localizadas à direita do rio são: Josefov (Bairro Judeu), Staré Mésto (cidade velha, onde está o centro) e Nové Mésto (cidade nova). Adorei andar por todos os lados.
Na margem esquerda estão Malá Strana (onde as construções são anteriores ao século 19) e Prazský Hrad a Hradcany (local do castelo de Praga, onde a cidade foi fundada). Tudo é muito perto.


Caminhar pela praça da cidade velha é mais ou menos como voltar cerca de 600 anos no tempo. Na época medieval ela servia como mercado da cidade. Ao longo dos séculos diversos prédios foram construídos no seu entorno, em estilo romanesco, barroco e gótico. As principais construções no local são a Catedral de Nossa Senhora de Týn e a catedral de San Vito. A antiga prefeitura, o relógio astronômico e a igreja de São Nicolau. Se não estiver disposto a pagar 10 euros por um café, não escolha os restaurantes dessa região.
Se gostar de artesanatos ou quiser comprar frutas lindas ou souvenirs, vá ao mercado de havelska. Lá tem de tudo e os preços são bem mais em conta. Não deixe de trazer as luminárias coloridas (de colocar velas dentro), são lindíssimas.
  


Gostei muito do Portão de Pólvora (acima, ao meio) - uma das construções mais famosas de Praga. Ele foi erguido no século 11, mas a construção que encontramos teve início em 1475, por ordem do rei Vladislav II. Inaugurada como o nome de Torre Nova. No século 17 ganhou o nome de Torre de Pólvora, pois o local era utilizado com paiol.
Fiquei impressionada com o tanto de gente, inclusive eu, que para na frente da elegante torre onde fica o relógio astronômico para tirar fotos dos apóstolos e caveiras que saem das janelinhas quando a hora muda.
Algumas atrações imperdíveis: o museu de Franz Kafka, Museu do Comunismo, a cabeça prateada e giratória de Kafka e o castelo de Praga! Ah, o castelo! Um dos maiores do mundo.
Curiosamente, não são os museus ou galerias de arte o que mais me encanta! Eu gosto de olhar as ruas, as construções antigas com seus detalhes, praças, pontes e história.
Para quem gosta de história: Em 1350, não existia ponte alguma ligando a cidade ao Castelo de Praga. A única que houve foi destruída por uma grande enchente em 1340. 
A ponte Carlos, construída em 1357, é linda com suas 30 esculturas – 15 de cada lado, mas é também cercada de lendas. Uma delas diz que na estrutura da ponte, para evitar que caísse, foram colocados ovos, vinho e leite. Isso garantiria sua estabilidade por muitos séculos. Verdade ou não, a ponte ainda está de pé!

Para a alegria dos milhares de turistas que lotam a passagem mais famosa da cidade e é acessível somente aos pedestres. Quando você vir multidões em volta da estátua de São João Nepomuceno, você ficará curioso! Todos fazem fila para tocar a escultura! Diz a lenda que se você tocar as duas imagens das placas que cobrem a estátua, receberá toda a sorte do mundo. Não sei se funciona, mas na dúvida dei umas esfregadelas nas placas e fiz meu pedido. Bora ver se o santo me atenderá.
Não deixe de visitar o famoso castelo de Praga! Tire pelo menos uma tarde toda para passear pelos vários prédios, jardins e claro, a masmorra. O castelo é bem diferente dos outros, ele ocupa um bairro inteiro. Seus 70 mil m2 o levaram ao Guiness Book como o maior castelo do mundo e seus 1.000 anos de história o garantiram o título de Patrimônio da Humanidade. 
    
A igreja de São Vito é maravilhosa (porta e vitrais). O antigo palácio também. Lá você vai ver a janela de onde as pessoas eram jogadas. Um show à parte é a Golden Lane. É apenas uma rua de casinhas coloridas onde moravam trabalhadores que serviam ao castelo – artesões, ferreiros e ourives (daí o nome Golden Lane), mas é bem legal. No fim da Idade Média, as pessoas eram bem mais baixas que hoje em dia, então as casas parecem miniaturas para nós (mesmo pra mim, que sou baixinha). Tem um museu com armas, armaduras e outros apetrechos que é super bacana.







O escritor Franz Kafka morou por quase dois anos na casa de número 22 da Golden Lane, onde atualmente funciona uma loja de livros e souvenirs inspirados em suas obras. Vale super a pena entrar nelas. Tem ainda o museu dos brinquedos e a basílica de São Jorge. Ah! Não esqueça de verificar o horário da troca da Guarda para não perder! 

Fora dos muros, e que eu acabei não indo, tem o Monastério Strahov. Lá você vai encontrar cultura e cerveja. Fundado no século 12, resistiu a diversas guerras ao longo da história tcheca. A parte mais famosa do mosteiro é a biblioteca, com seu belíssimo Theological Hall, que exibe influências da arquitetura italiana.
Para comer, a cidade é bem servida. Há diversos cafés, bares, cervejarias e restaurantes para todos os gostos. Perto do meu hotel havia o Café Bistrô CP1 (Konviktska, 24.Em frente a Igreja de Belém) - que era muito gostosinho. Nada demais, mas deu para fazer um happy hour, tomar um vinho e comer um petisco.

Mas a grande pedida mesmo foi o restaurante indiano Golden Tikka (Konviktska 9). O atendimento é meio demorado, mas a comida é deliciosa e barata. Nos demos ao luxo de tomar duas garrafas de vinho da Morávia, da uva Frankovka. Não era deliciosoooooo, mas era bem gostosinho. Frutado e bom para acompanhar os temperos fortes e exóticos da Índia. Um jantar bem servido, com 4 pratos, custou CZK 1.305,00 – aproximadamente R$ 180,00. Bom, né?
 

Bem, já que estávamos na R.T., nada melhor que fechar a viagem com um belo drink de absyntho!
A Absintherie (Franz Kafka Square) serve uma variedade incrível de drinks com a famosa bebida. Eu tomei um Brumble (CZK 170) e Sylvio um Strawberry Collins (CZK 170). Eu gostei mais do meu. Só me chateei por que não tomei o sorvete de absyntho.
ps. Lá tem um monte de doces e chocolates feitos de cannabis. Mas eu não tive coragem de comer. Hehehehehe
  
 


Para voar de Brasília para Praga, a Air France possui um voo que passa por Paris (você pode desmembrar o voo). Então, se achar uma passagem em promoção, compre!

Boa viagem.

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