A morte em mim


 Todas as vezes que tentei morrer, 

Não era a minha vida que eu queria tirar.

Queria matar a morte que vive em mim.

Que me despedaça, que me dá engulhos,

Me desespera e me bate contra a parede de concreto.

Existe uma dor em mim. Tão, tão grande, que não cabe no meu peito, não cabe numa caixinha de remédios, nem na caixa de sapatos. 

A dor de morte que vive em mim, trabalha espreitando. Quando menos espero, ela solta a magia da tristeza profunda, me joga no leito e me arranca lágrimas sem sentido.

As mortes que eu, quase, morri, não eram para levar o meu corpo físico. Eu só queria que a dor de viver acabasse para eu acordar feliz. 

Mas a morte é traiçoeira e poupa as pessoas que têm dor. Ela não quer sofrimento no seu departamento. Se é pra morrer, diz dona morte, morra feliz….

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