O escuro fundo se aproxima dos meus olhos.
Já não há volta. Não há luz.
As profundezas desse desconhecido mar ocultam minhas lágrimas.
Sufocam minha voz.
Oprimem o meu peito.
O mar, que antes me fazia tão contente, roubou meu sorriso.
As águas revoltas entortaram meus joelhos e me jogaram na areia.
Redenção? Já não há.
Não existem saídas nem respiração.
Sinto-me afogada nos meus próprios sonhos. Nas minhas próprias esperanças.
Já não há felicidade com o por do sol.
Meus olhos não encontram nem mesmo o prazer fugidio dantes tão fácil de alcançar.
Penso em me deixar levar pelos cachos coloridos das ondas que me acertaram.
Já não vejo o mundo. Tudo está imundo. Úmido. Triste e sombrio.
Já não há água doce que alenta. Apenas o sal que lacera meu coração e minha pele.
Já não há vida. Há apenas um corpo que boia aguardando resgate…