Corre agora o algoz e fugidio contentamento
De sonhos com um tempo
Em que minhas alegrias eram tuas gargalhadas.
Flui em mim agora,
Um rio novo e intenso
Que lava dos meus olhos ainda chorosos
A lembrança do orgasmo cego que te pegou desatento.
Corre o maldito relógio,
Leva as horas cansadas,
Adulteradas como meu pensamento
Que não mais lamenta a tua ausência.
Já escuto os acordes de outra guitarra
E queima o desejo de amar, navegar e me perder
Em novos dentes, sonhos e cabelos.
De diferentes dedos a me tocar, beijar...
Me deleitar nas águas internas quentes e úmidas;
Para depois me estender exausta
À beira doutro mar.