É...

As luzes continuam acesas, 
As mentiras sobre a mesa,
As certezas conservadas na geladeira,
E as dúvidas requentadas na cafeteira.

Os pés sujam os tapetes que escondem segredos.
Os recados ficaram largados sob a janela aberta,
A chuva tentou apagar a mensagem,
Mas as palavras rabiscadas são resistentes
E continuam narrando a realidade.

Os olhos procuram não ver,
Que os lindos caminhos estão rodeados de inverdades.
O que passou ficou registrado.
A memória finge esquecer
O que o coração sempre irá se lembrar.

Fim

Dos nossos segredos surgiram os degredos.

Das nossas palavras, antes tão alegres,
Nasceram silêncios infindáveis.

Dos olhos felizes pelo retorno,
Despontaram tristes paisagens.

Das luzes quentes fizeram-se as trevas.
Duras e impávidas.

Do dedilhar macio irrompeu o toque áspero.
Da amena temperatura surgiu um clima gélido.

Das curvas amenas emergiram grandes
E profundos abismos.

Do meu Eu tão sorridente brotou um ser amedrontado,
Duro, seco, sombrio e sôfrego.

Do mar de esperanças lindas e verdes
Sobreveio um deserto solitário e escaldante.

Da nossa existência colorida nasceu o
Monstro dos dias cinzentos e sem sol.

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