Se..

Se um dia eu desaparecer,
Me sinta no vento.
No perfume de vida,
Em cada sorriso divertido.

Se um dia eu desaparecer,
Me busque na poesia,
No cair da noite,
Na taça de vinho.

Se um dia eu desaparecer,
Me enxergue nos cães,,
Nas flores,
Nas montanhas.

Se um dia eu desaparecer,
Me procure no que eu não disse,
No que não escrevi,
Na oportunidade perdida.

De nós dois

Restam as lembranças
Do que fizemos,
Sonhamos,
Acreditamos,
Dissemos.

De todas as verdades
Sobraram as que não compartilhamos,
Não cobramos,
Não dissemos.

Dos caminhos que traçamos,
Restaram os que não seguimos,
Não nos encontramos,
Não desafiamos,
Não nos perdemos.

Sobraram os desejos que não vivemos,
Orgasmos que não tivemos,
Dos vinhos que não brindamos,
Planos que não realizamos.

Ficaram as lágrimas que não caíram,
As engasgadas,
As de despedida.

Do tempo, o lamento
Pelas horas que não nos perdemos em nós
Que não brincamos nos nossos corpos,
Não fui tua,
Não tive você.

Profundeza

Tudo o que não posso dividir contigo, me fere. 
Tudo o que lembra você, me arranca um dolorido suspiro.
As coisas que remetem à tua distância, me causam uma dor aguda.
Tornando a tua ausência insuportavelmente presente.

Me diga:
o que eu faço num mundo, que 
nem sequer é mundo, quando não vejo teu sorriso?
É apenas um abismo que me puxa para o escuro. 
E o fundo, que nunca chega, me assusta, pois sei que no instante da queda você não estará lá para me aparar.

Karlovy Vary - balneário chique de águas termais da República Tcheca


Eu sou uma eterna apaixonada por destinos diferentes, por isso, sempre que posso procuro algo que a maior parte das pessoas não procuraria para fazer em suas viagens. Por esse motivo, meus roteiros ficam enormes e eu acabo não conhecendo as coisas como deveria. Mas tá valendo! Pelo menos fui, vi, curti e recomendo Rssrs

Quando organizamos a viagem, o terceiro e último dia de estadia na República Tcheca foi escolhido para mais um programa de doido: Viajar de carro para conhecer uma das cidades mais bonitinhas da RT – Karlovy Vary ou Carlsbad! Passeio perfeito para um bate e volta!

 


Como eu sempre tenho curiosidade de saber onde alguns longa metragens são filmados e quando vi Casino Royale, o primeiro com o lindo Daniel Craig, busquei onde as imagens haviam sido feitas. Descobri que o belíssimo Hotel Splendid era, na verdade, o Grand Hotel Pupp, localizado na pequena cidade que fica somente a Praga 120km. Não dava para perder a oportunidade. 
Ainda mais quando eu soube que é a cidade termal mais famosa da Bohemia. Especialmente conhecida por suas águas termais com propriedades medicinais. E mais, a história de como Karlovy Vary havia sido fundada me deixou bem curiosa.

A estrada é boa, mas de mão dupla em grande parte do trecho. A paisagem é bem bonita, mas um pouco monótona, menos quando você vai chegando no distrito de Karlovy! Não sei a razão, pois não pesquisei esse tema, mas a paisagem muda e fica mais verde. Por certo deve ser alguma transição de vegetação. Pois bem, ao entrar em Karlovy Vary, você tem que seguir as placas para o Center. Mesmo que você ache que está indo para o lugar errado, vá. A cara da cidade muda de repente. De moderna e feia passa a bela e com magníficas construções art déco.
















A cidade foi fundada no século XIV pelo imperador Carlos IV. Seu nome Karlovy Vary, em tcheco, significa « banhos termais de Carlos ». A bonita vila viveu momentos de glória no século XIX e durante a Belle Époque, quando a aristocracia, artistas e cientistas da Europa Central frequentavam o balneário, atraídos pelo clima e pelos benefícios das fontes termais. Algumas das personalidades sempre vistas por lá eram Goethe, Beethoven, Gogol, Paganini e Mozart, para tratamentos de saúde e descanso.

Conta a lenda que Carlos IV participava de uma caçada de cervos na região e um dos animais que perseguia caiu num poço. E então perceberam tratar-se de águas carbonadas e quentes. Carlos IV decidiu construir ali um local para veranear. E é por suas águas termais que Karlovy Vary ficaria famosa (leia mais no destaque).


Imerso no vale do rio Teplá e rodeado por bosques, o centro da cidade preserva uma arquitetura com elegantes colunas a sustentarem os corredores que unem as fontes de águas termais, hoteis de luxo - sendo o mais conhecido o Grande hotel Pupp.




A famosa fábrica de cristais Moser, criada há 150 anos e a fábrica de Becherovka, licor tradicional tcheco fabricado à base de ervas ou mel (falei dele no post sobre Praga) são patrimônio de Karlovy Vary e que também ajudaram a construir a fama da cidade.

Com um pouco mais de seis horas, nós chegamos, caminhamos com calma e conhecemos a maior parte dos pontos turísticos – a pé! E Claro, tirei foto no Hotel do Casino Royale! hehehe


Há mais de 30 restaurantes e bistrôs na cidade de pouco mais de 50 mil habitantes. Como eu havia tomado um belo café da manhã no hotel de Praga, estava sem fome. Bem, não totalmente, né? Tinha lugar para o meu Trdelnik – dessa vez com amêndoas. =)  

Vale anotar que as coisas por lá não são baratas. Os restaurantes do centro têm preços bem salgados e não há banheiros públicos no centro. Se estiver muito apertada (o) entre num restaurante sem falar nada e vá direto ao toilette. =/


meu trdelnik deliciosoooooooo

Me chamou a atenção uma escultura do Rei Carlos feita de Areia! Pena não ter ido no castelo real Loket, onde o imperador se hospedava com a família e fica nos arredores.


Karlovy Vary é destino médico não só para o tratamento com águas termais, mas também é bem procurado para cirurgias plásticas, tratamentos de beleza e para prática de esportes de aventura nos bosques e florestas à sua volta.
















A moda na cidade, coisa que eu demorei uns 15 minutos para descobrir para que serviam, são as pequenas tacinhas, xícaras e garrafinhas que se vendem por todos os cantos. Para onde você olhar terá alguém com uma na mão. Tem de vários tamanhos e preços.  Elas, além de belíssimos souvenirs, servem para beber a água termal que jorra nas ruas e, que dizem, tem efeitos curativos. A água é de graça em lugares como a Colunada Mlynska. Mas se prepare! Ela é bem quente e tem um gosto estranho. Ouvi falar que ela fazia os intestinos desarranjarem, então, eu tomei um monte de água para ajudar o meu a (pelo menos) trabalhar, mas  não adiantou nada!

 
  
A fonte/manancial mais quente é o do gêiser Vrídlo (foto abaixo) - onde a água mineral jorra a 72°C e 12 metros de altura. Muito Bacana!



Quase em frente ao Gêiser está a igreja de Santa Maria Madalena.

 














Outros lugares que não conheci foram a igreja Ortodoxa e a Torre Goethe e a igreja Anglicana por pura falta de conhecimento. Não sabia que eram tão lindas! 
Aliás, a cidade toda é de um bom gosto! 
Como dessa vez a gente não tinha preparado o roteiro básico, ficamos meio perdidos no meio do centrão. Mas não perca!


Não deixe de comprar o waffers! Eles não se parecem em nada com os nossos, são gostosos bem diferentes, tem de vários sabores e custam baratinho! Uma caixa com dez biscoitos (redondos e grandes) sai por 4 Euros.

Bom passeio!

A viagem mais recente

A morte em mim

 Todas as vezes que tentei morrer,  Não era a minha vida que eu queria tirar. Queria matar a morte que vive em mim. Que me despedaça, que me...