No fim

No fim, tudo se resumiu em
Uma tela escura,
Papéis invertidos,
Frases vazias.

Os dias, contados nos dedos,
Foram esquecidos.
Os desejos abafados e 
A cama desfeita.

No fim,
A esperança se fez desespero,
Os sonhos acordaram,
A paixão desiludiu-se,
O cálido boa noite se fez gélido,
E não houve mais bons dias.

Tanto Amor

O dia amanhece e a solidão vem me falar de você,
Lembro das horas que passamos sem sair da cama,
Numa infinita carícia falada.
Eu ficava aninhada no seu abraço,
Protegida do frio, da dor e dos medos.

Recordo nossas conversas e gargalhadas.
Teus beijos de bom dia,
O até logo dolorido que durava 
Até a tua volta tão alegre.
Das horas de nós conosco, tão boas,
Que o mundo até deixava de existir.

Acordo,
Uma lágrima teimosa escorre no meu rosto,
Um lamento, planos deixados pelo ar...
Havia tanta vida na nossa vida,
Um carinho imenso no nosso olhar,

Havia tanta sintonia entre nossos corpos,
Que o Amor rompia as madrugadas,
E em êxtases múltiplos e intensos,
Nos fundíamos em um só...

Éramos tão perfeitos juntos,
Havia tanto de nós em nós,
Tanto encantamento,
Coisas tão difíceis de sentir, que até duvidamos.

E da felicidade verdadeira, surgiram os medos.

Nos perdemos.



Rumos

Meus olhos descansam tranquilos.
Nada perturba a paz instalada.
Risos e mares se abrem lindos,
Livres, sem amarras e verdadeiros....

A vida percorre novos-velhos caminhos,
Os mesmos que teimei em não ver.
O passado derrete entre os dedos,
Uma gargalhada soa pelos ares!
Tudo se foi, tudo se vai! 
Essa é a beleza de viver.

Não há tristeza, nem arrependimentos.
Minha alma está calma, quieta e feliz.
O rumo errado foi trocado.
Que belo aprendizado!

Pedras no caminho,
Degraus vencidos,
Dificuldades superadas,
Amores esquecidos,
Novas metas, novas trilhas.

Mentiras decifradas,
Vazio preenchido.
Um beijo de boa noite,
Duas taças de vinho e um abraço,
 "Para Sempre"...

De novo

A noite cai num piscar de olhos. 
As luzes passam a me iluminar.
Desnudo minh'alma e corpo em versos.

A noite cai, escura, tépida e indolente,
Ela traz dedos mornos que tocam meu peito e aquecem meu coração.
Uma aura de amor paira sobre mim e,
E com sílabas úmidas descrevo paixões.

Meus lábios se entreabrem e louvam o manto estrelado 
Que cobre minha minha pele repleta de luas e ventos.
E de repente, não mais que de repente,
O vento, com seu sonido rouco, leva meus pensamentos.

Relembro passos pelos campos e mares onde celebrei a vida.
Repasso os caminhos, desejo novos rumos, faço perguntas.
Transpasso as metas e objetivos da caminhada,
E novamente corto rotas para fechar a passagem do tempo.

Esta noite estou plena de sonhos.
Amanhã eles se desprenderão do meu pensar 
E como um sinete entre dedos, soará música para meus amores.
Espantará meus medos e enterrará os pesadelos com quietude.

Amanhã, novos versos enfeitarão minha noite,
E meu espírito sorridente se mostrará de novo, e de novo, e de novo.

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