Faço mágica com a vida;
Retiro coelhos do chapéu e
Cartas da manga.

Mangas que visto, sinto e me alimento.
Bebo a vida com o encantamento
Dos domadores de serpentes.

Serpentina a alegria que transborda
Desse peito transverso e sem verso,
Do corpo que flutua como o de um trapezista.

Equilibro-me sobre pernas
De mesas, de cadeiras ou das minhas próprias.
Meus passos não são firmes,
Apenas tensos.

Alagados e cansados pelo tempo...

Caos e silêncio

Dobra-se perante meu altar
A palavra;
Um triste e solitário Sim.

Ajoelham sob meus olhos,
As lembranças dos dias bons.
Revolve dentro do meu peito o sabor da oratória
Perdida entre dentes e apelos.

O sussurro desmerecido e aterrador de letras mortas
De tempos sombrios
Como o dia que se foi deixando esta abóboda estrelada e vil.

Soam-me lendas,
vocábulos perdidos em lentas profusões.
Sentimento de de um destino marcado
De uma noite desritmada e barulhenta.

Depois

Depois de tantas coisas,
Tantas palavras,
Sonhos,
Verdades,
Medos e descobertas;


Depois de tantos ventos,
Tantas tempestades,
Sóis, luas,
Tombos e levantamentos;

Após tantas corridas,
Tantos descansos,
Quimeras,
Ensejos,
Fracassos e realizações;

Encontrei-me perdida,
Sem rumo,
Distante,
Entre tantos espinhos de roseiras resseuidas;

Acordei solitária entre os mais belos cenários,
Sem a cor do teu corpo,
Sem o sabor dos teus beijos,
Dos teus perfumes,
Das tuas gargalhadas.

Depois de tudo,
Ainda existe muito de ti,
Muito de nós,
Muito do que sobrou aqui no meu peito.

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