Não tenho cor...

Sou branca, parda, verde e amarela.
Danço o maracatu do Nordeste
E o carimbó do Norte.

Relembro, a saudosa bossa-velha,
Que inova a vida nova.

Mas é o samba-crioulo, meu bem,
Que corre quente nas minhas veias.

Pelo dia da Poesia...

Eu só tenho a oferecer-te minha boca,
Minhas letras em fragmentos,
Meus deslizes e meus acertos.

Amor em qualidade,
Saudades em quantidade.

Tudo o que tenho a te oferecer é
A Poesia que sou.

Palavras

Não há palavras que consigam decifrar sentimentos,
Sensações, Estados d'alma.
Não há poesias, poemas ou prosopopéias que traduzam corretamente as bagunças nos corações.

O sangue corre nas veias, os desejos pululam dentro dos seres,
Mas não há expressões nem cacofonias que expressem a dor ou a felicidade reais.
As diferentes formas de sentir,
Que aflitas clamam por direção.

Em palavras ou silêncios.

Os felizes gargalham. Pulam. Balançam seus punhos em direção ao céu.
Com ou nenhuma palavra.
Outros metaforizam ou se utilizam de hipérboles.
Acometem de confusão os ouvidos alheios.

E as palavras se esvaem,
Se tornam demodè.
A carta de amor fica amarela e despedaçada.

Vejo na esquina um pregador que grita ao microfone.
Palavras direcionadas a um Deus com problemas auditivos?
- Me questiono.

Sorrio sem cinismo.

Gosto do silêncio.
Pois a palavra pode ser mal interpretada;
Se transformar em mácula ou ferida.

Me calo,
A palavra é vulgar, solitária e imprecisa.
Por isso, deixo nas entrelinhas o meu protesto.

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