Fim de ano

Mais um ano,
mais este fragmento de tem-po.
Dias e meses inventados,
Alegrias para recordar,
Lágrimas para esquecer.

Coisas deixadas no passado.

Amém.

My soul

Dobram-se os sinos de natal e
Ressoam belas canções.
Melodias do dia-a-dia esquecidas pelo caminho.
Soa o campanário onde dormem as luzes do pisca-pisca do meu peito.

Voam livres os pensamentos
Dessa alma que é livre.
Que não quer rumo, não quer prumo.

My soul is a bird,
And this bird can not change.

Carta

Sabes?

Eu ontem vaguei só,
Esperava uma estrela, uma esperança, um raio de luar.
Eu guardei segredos,
Para nunca revelar,
Segredos nossos, tão meus, tão seus.
Andei distante,
Sem carinho,
Sem compaixão.

Empreitei uma luta,
Duas guerras,
Um pedido de paz,
E uma rendição.

Hoje, meu bem,
Guardo a saudade
De um tempo que não vivi.

Nota de Repúdio

Há alguns dias, o jornal Valor Econômico fez uma resenha do meu novo livro, Sem Vestígios - revelações de um agente secreto da ditadura militar brasileira.
Não sei o motivo eplo qual a jornalista Maria Inês Nassif pegou uma frase do meio do livro, "alguns militares acusam Zé Dirceu de agente duplo na época da repressão, e deu ênfase ao assunto.
(Eu, equivocadamente, deixei passar numa nota de rodapé, que o diário de carioca teria a informação, mas não tem. É afirmação de um coronel e de outros militares.)

O livro não trata de Zés Dirceus, sim dos porões da ditadura. É uma denúncia grave e importantíssima de que o governo militar sabia sobre os acontecimentos, e do tratamento dispensado aos presos políticos, e nada fazia para conter abusos.
Mostra que agentes da repressão agiam por livre e espontânea vontade e estavam embriagados pelo poder de vida e morte que tinham em suas mãos.
O livro fala de esquartejamentos, execuções e sequestros.
Dá nomes de comandantes bárbaros e aponta direções para que as Forças Armadas sejam responsabilizadas pelo sangue que engraxava as botas de militares (e civis, como o Fleury).


A partir da matéria do Valor, Paulo Henrique Amorin afirmou em seu blog que eu teria acusado o ex-ministro Zé Dirceu de agente duplo.
Não é verdade. Nem o Valor, nem PHA me ouviram.
Depois de uma nota deixada no blog os jornalista, Paulo Henrique me ligou. E, covardemente, sem me avisar da gravação e que iria publicar meu áudio, gravou uma entrevista em que ele tenta me induzir a acusar o Zé.
Não o fiz, não acredito nesta acusação e não tenho documentos oficias que comprovem a acusação.

Não satisfeito com a covardia de me gravar sem avisar, e não tendo conseguido seu objetivo, ele publicou a entrevista com o título "esquentado" de: Autora que denuncia Zé Dirceu pede abertura de arquivos.
O correto seria: Autora que NÃO denuncia Zé Dirceu pede abertura de arquivos...

Ora, ora, se paulo Henrique Amorin renegou ao bom jornalismo, que não tente fazer o sério trabalho dos outros parecer menor e banal.
Não é por eu não aparecer em TV e nem ficar assinando meu nome em revistas que eu não saiba fazer jornalismo. Não sou estrela, sou jornalista e o meu compromisso é com a verdade. Não esquento material e não tento induzir as pessoas a falarem o que eu desejo ouvir. Não é assim que um bom jornalista age.

PHA, não jogue meu nome e meu livro no limbo da sua implicância com o Zé Dirceu.

Pensamento

Dobra-se perante meu altar
A palavra;
Um triste e solitário Sim.

Ajoelham sob meus olhos,
As lembranças dos dias bons.
Revolve dentro do meu peito o sabor da oratória
Perdida entre dentes e apelos.

O sussurro desmerecido e aterrador de letras mortas
De tempos sombrios
Como o dia que se foi deixando esta abóboda estrelada e vil.

Soam-me lendas,
vocábulos perdidos em lentas profusões.
Sentimento de de um destino marcado
De uma noite desritmada e barulhenta.

A viagem mais recente

A morte em mim

 Todas as vezes que tentei morrer,  Não era a minha vida que eu queria tirar. Queria matar a morte que vive em mim. Que me despedaça, que me...